Eu gosto de lembrar do primeiro cheiro, sensassão, olhar, conversa, caminho, coincidência, passarinho, sorriso, descanso e céu. Sempre que eu saio sozinha, antes de fazer qualquer coisa, eu olho por alguns segundos pro céu. Talvez seja costume, mas eu lembro de como ele estava na maioria dos meus momentos multbons. Na praia, numa ilha, num momento importuno, no caminho de lá, na pedra, no caminho de cá. Só olho pra cima e já imagino o que possa acontecer no futuro próximo. Fico criando cenas de vontade própria, que talvez nem aconteçam ou que por sorte e sintonia, sejam iguais aos daqui de dentro. Herdei da minha vó, uma necessidade de sentir tudo, tocar ou pegar. E por isso já chorei e já me senti multbem. Respectivamente por não poder o fazer e por aproveitar a testura do que for. Dependendo, não é só a testura. É o calor, e os movimentos calmos ou não que se pode fazer sob isso/aquilo/fulano ou essa. Perder a sensibilidade é perder a vontade, e perder a vontade é o fim da picada. Uma foto representa muito, mas não dá vontade de escorrer a ponta do indicador no todo? ou falar no telefone, depois de um tempo dá vontade de chegar mais perto só pra "sentir" a voz tocar a pele. Deve ser mania. Mania de gente com gente, com coisas. Só pra terminar, vou falar do início. Voltar a falar do primeiro. Primeiro é tudo que acontece com uma vírgula de diferença. Tudo. Nunca repete, então permanece na lembrança até que o próprio nunca seja dito.